São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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Galliano se solidifica na moda

COSTANZA PASCOLATO
ESPECIAL PARA A FOLHA EM PARIS

John Galliano é o mais falado criador do planeta fashion e futuro diretor de estilo da Maison Givenchy -vai substituir o mítico Hubert de Givenchy.
Nesta temporada conseguiu repetir o feito das estações passadas: sua coleção foi a mais concorrida. Convites disputados a tapa, tumulto na porta, maior número de celebridades seduzidas pelo eclético show no Théâtre des Champs Élysées. Em atmosfera decadente, no estilo atelier de artista-academia de balé fim-de-século, mostrou 34 roupas. As megamodelos do momento interpretaram papéis de bailarina (Shalom fazendo piruetas); rainhas do congo (Naomi, de rainha negra seguida por crianças); borboletas gigantes (Amber Valetta em tailleur de bordado inglês com laços tipo asas em organza branca) e homenagens ao pintor Boldini (Helena Christensen com vestido-tulipa preto e branco).
Pontos altos: três conjuntos de calças retas com tops decotados e mangas; curtos tailleurs brancos em bordado inglês (com mangas bufantes ou com aplicações de flores gigantes) e os já conhecidos e sensuais vestidos longos, cortados em viés junto ao corpo.
Entretanto o mais fabuloso foi a maneira inspirada e poética que Galliano arrematou suas criações. Transformou a cabeça das modelos em esculturas inéditas. John Galliano não indicou novas trilhas para a moda, ele reforçou seu status na alta moda. Trocou o dia pela noite e só fez roupa habillée.
A comparação de Galliano com Ocimar Versolato (contratado pela Maison Lanvin) é inevitável. Dizem que sobra num o que falta no outro. Ocimar evolui (com sua implacável técnica) a cada estação. Galliano aprimora até limites desconhecidos a arte da apresentação.

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