São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 1995 |
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Show de Stevie Wonder provoca lágrimas
CARLOS CALADO
A exemplo do titã Nando Reis, muita gente foi vista derramando lágrimas, principalmente quando o cantor norte-americano revisitou sucessos como "Ribbon in the Sky" e "Overjoyed". A breve homenagem à MPB que Stevie já esboçara no Rio foi ampliada. Além de tocar "Garota de Ipanema" (Tom Jobim) e o ressuscitado sambão-jóia "Você Abusou" (Antonio Carlos e Jocafi) à gaita, o cantor também lembrou "Sá Marina" (Antonio Adolfo) e "Desafinado" (Jobim). Abrindo a noite de sábado, o grupo norte-americano Sounds of Blackness agradou bastante a platéia. Ainda pouco conhecido no Brasil, surpreendeu com uma vibrante mistura de rhythm & blues, soul e funk. Uma pena que tenha deixado de fora o gospel e os spirituals, sua especialidade. Muito aplaudido também foi o show com músicos de Nova Orleans, na sexta-feira. Última atração da noite, o cantor e pianista Harry Connick Jr. comandou uma animada "jam session" ao lado do trompetista Leroy Jones e dos músicos da Rebirth Brass Band. Com uma dose de jazz muito menor do que em edições anteriores, o festival completou 10 anos numa encruzilhada: se não redefinir suas salas de espetáculo e programação, corre o risco de se descaracterizar. Texto Anterior: Festival procura um novo formato para próximo ano Próximo Texto: Integração racial nos EUA é quase utopia Índice |
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