São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preservação de obras gera tecnologia

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Trabalho recente de preservação de obras foi desenvolvido pela Unysis para o Museu do Açude, no Rio. Antiga casa de veraneio de Raimundo Castro Maia, mecenas das artes, o museu estava perdendo suas pinturas para a umidade da floresta da Tijuca.
O acervo foi transferido fisicamente este ano para a Chácara do Céu, mas se manteve digitalizado no Museu do Açude.
Foram arquivadas e catalogadas num banco de imagens de computador as cerca de 2.500 obras, entre pinturas, gravuras, litogravuras e aquarelas, que retratam o Rio de Janeiro nos séculos 18 e 19. Rugendas e Debret estão entre os autores mais famosos.
Para esse trabalho, foi desenvolvido o programa "Lithos", que funciona em "Windows" e permite a pesquisa aos dados por obra, autor, técnica empregada, época etc.
O programa, segundo Lodovico Garcia, gerente de marketing da Unysis, está funcionando em um micro 486DX2 de 66 MHz, com monitor SVGA de 256 cores e disco rígido de 540 Mbytes.
O micro está ligado a uma impressora jato de tinta, pela qual o visitante pode imprimir as imagens.
Já a Xerox desenvolveu a Docutech em 94 a partir de recomendações de um conselho de representantes de universidades.
A Docutech é uma publicadora digital que imprime em preto-e-branco e encaderna 135 páginas por minuto. A impressão em cores está prevista para 96.
Outro produto criado a pedidos foi o XDOD (Xerox Document On Demand), uma estação de editoração composta de servidor (computador que gerencia informações), scanners e programa especial. Essa estação permite conectar scanners em rede.
Um terceiro produto é um scanner que compensa ângulos de páginas onduladas, segundo Ney Deluis, gerente de estratégias de marketing da Xerox.
Scanners especiais também foram desenvolvidos pela IBM, para a digitalização das obras da Biblioteca do Vaticano, onde estão cerca de 150 mil manuscritos raríssimos.
O centro de pesquisa da IBM em Yorktown (EUA) desenvolveu um scanner que lê manuscritos com muito relevo, como os de pêlo.
Também foi criada a marca d'água digital, que só aparece na impressão, para preservar a propriedade intelectual da imagem.
Já foram digitalizadas 22 mil imagens. Essas imagens são enviadas para a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio, que as comprime em um arquivo 20 vezes menor e coloca a marca d'água.
A PUC vai distribuí-las a outras máquinas escravas que serão instaladas nos EUA, Europa, Japão e Austrália.
Em 96, segundo Milton Kelmanson, coordenador do projeto na PUC, termina a digitação de um catálogo com 1 milhão de títulos.

ONDE SABER MAIS
XEROX: tel. (0800) 15-4444; IBM: tel. (0800) 11-1426; UNYSIS: tel. (0800) 78-600

Texto Anterior: Rede mundial ;Efemeridade é risco
Próximo Texto: Bibliotecas têm serviço e catálogo na Internet
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.