São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 1995
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Documentário mapeia universo artificial

MARIA ERCILIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro documentário longa-metragem de Iara Lee, "Prazeres Sintéticos", é uma espécie de "National Geographic" do mundo artificial.
Ela reuniu no filme várias formas de simulação e alteração do corpo e do espaço: ambientes artificiais, realidade virtual, cirurgia plástica, videogames, "piercing", drogas...
O documentário em si não embarca em experimentalismos: são três blocos temáticos (ambiente, corpo e identidade) em que opiniões de entrevistados se misturam a imagens.
Há o garoto coberto de brincos e tatuagens, que se considera "uma obra de arte", a francesa Orlan, que faz de cirurgias plásticas verdadeiras performances, o "nômade" Steve Roberts, que anda para cima e para baixo numa bicicleta-computador conectada à Internet...

Famosos
"Prazeres Sintéticos" é um bom guia introdutório às figuras mais famosas da tecnocultura, embalado por uma trilha sonora ótima.
Entre os entrevistados estão, por exemplo, Lisa Palac, editora da revista "Future Sex", e Jaron Lanier, um dos mentores da realidade virtual.
O arroz-de-festa Timothy Leary resolve dar uma de oportunista, querendo pegar carona no novo modismo.
Outro que dá as caras no documentário é R.U. Sirius, editor da revista "Mondo".
"Prazeres Sintéticos" sobrevoa mundos fascinantes. Só escorrega no esforço de abranger um excesso de temas; acabou ficando meio desfocado.
A rubrica "sintético" acaba sendo muito ampla. Entre o menino de brinco no nariz, o Prozac e Las Vegas, dá impressão que poderia se fazer uns três documentários totalmente diferentes com o material do filme.

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