São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 1995
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Grant fracassa em papel hollywoodiano

ANA PAULA ALFANO
DA REDAÇÃO

Filme: Nove Meses, EUA, 1995
Direção: Chris Columbus
Onde: Olido 2, Bristol e Iguatemi 1

A comédia romântica "Nove Meses" tinha quase tudo para ser, pelo menos, um filme divertido.
Depois dos sucessos "Esqueceram de Mim" e "Uma Babá Quase Perfeita", também de Chris Columbus, era de se esperar que ele repetisse a fórmula.
Para o papel de galã, o ator escolhido foi Hugh Grant. Seu jeitinho britânico já tinha conquistado inclusive os norte-americanos, depois de "Quatro Casamentos e Um Funeral". E "Maurice" (James Ivory) e "Lua de Fel" (Roman Polanski) provavam seu talento.
Em "Nove Meses", Grant é Samuel Faulkner, um psicólogo infantil que vê sua paz ameaçada quando a namorada Rebecca (Julianne Moore) fica grávida.
Os dois moram juntos mas Faulkner tem horror ao casamento. Quanto a filhos, o pavor é ainda maior. Além de não gostar de crianças, ele não quer correr o risco de ver a vida "yuppie" que leva desmoronar.
As confusões que seguem o anúncio da gravidez são patéticas. Tudo tem muito pouca graça e a maioria das piadas, puros pastelões, teria efeito apenas com Jerry Lewis. A atuação de Grant não convence e suas caretas são exageradas e repetitivas. As melhores cenas estão com Robin Williams, no papel de um médico russo.
O que salva o filme é, ironicamente, o episódio Divine Brown (a prostituta presa com Grant, quando os dois faziam sexo em um carro). Sempre que ele aparece com ar de arrependido, tentando reconquistar a namorada depois de uma briga, é inevitável a associação com a vida real.
Mais do que a prisão do ator, sua atuação nesta comédia tão chatinha mostra que ele não estava pronto para Hollywood. Ou, para quem preferir, que Hollywood não estava pronta para ele.

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