São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995
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FHC acena com atenção especial a São Paulo

SILVANA DE FREITAS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o governo federal dará atenção especial à solução da dívida de R$ 13 bilhões do Estado de São Paulo com o Banespa.
"Nenhum Estado tem a situação de São Paulo", disse o presidente. Ele afirmou que a situação de São Paulo é "delicada pela proporção do endividamento". Para ele, o governador tucano Mário Covas mostra "vontade política" ao propor a venda de bens do Estado para pagar parte do débito.
As ações do Banespa foram as que mais subiram ontem na Bolsa de São Paulo (leia na pág. 2-4).

Mobilização
FHC ironizou a mobilização de prefeitos do Estado, que aceitariam ser acionistas do Banespa para impedir a venda do banco. "Se existem prefeituras tão ricas assim, então por que estão dizendo que precisam de dinheiro do Fundo Social de Emergência?".
Disse que o governo está fazendo um "esforço grande" para resolver o problema da dívida dos Estados.Segundo o presidente, houve descontrole por parte dos governos estaduais e prefeituras. "Muitas vezes, as pessoas pensam que é só chegar lá que o ministro manda pagar. Pagar o quê? Dinheiro não se fabrica. Dinheiro existe via imposto. É preciso que haja regras."
FHC cobrou contrapartida dos governadores. Disse que eles terão de "enxugar as máquinas administrativas, usar mais racionalmente os recursos e não recorrer a empréstimos do setor privado porque os juros são muito altos e o governo não tem como controlar".

Malan
Em São Paulo, Malan disse que existe uma "luz no final do túnel" na busca de solução para o Banespa.
Ele não confirmou, porém, informações segundo as quais os governos federal e do Estado de São Paulo teriam chegado a um acordo para o pagamento da dívida do Banespa junto a órgãos federais.
Negando-se a comentar o andamento das negociações, ele disse que não se deve contar o que se passa nas conversações em curso como se irradia um jogo de futebol. "Prefiro não entrar em detalhes sobre a questão para não aumentar a confusão já existente."

Colaborou a Reportagem Local

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