São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995 |
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A polêmica em torno da faixa vermelha
MATINAS SUZUKI JR.
Principalmente quando a discussão gera o envolvimento espontâneo de pessoas com alta qualificação para intervir no debate. Melhor ainda, quando a discussão lhe dá chance de aprender mais. Viajei nesta coluna, na quinta, sobre a possibilidade da indumentária de praticantes do pólo e do turfe ter influenciado na idéia da faixa diagonal vermelha da camisa do River Plate (minha tese se baseava na grande influência que os esportes britânicos tiveram na Argentina). Dessa questão, já fora do meu controle, derivou outra: de onde veio a bela camisa do time do River Plate? No início da tarde da própria quinta, recebo um fax do Sérgio Audinino, da Holos Banco de Dados, dizendo que a faixa vermelha era colocada com alfinetes sobre a camisa branca usada em bailes. À noite, durante a transmissão, pela Bandeirantes, do jogo no qual o Grêmio venceu o River por 2 a 1, Luciano do Valle diz que telespectadores estão querendo saber qual a origem da camisa do River Plate. Pede ao repórter Otávio Muniz para esclarecer a questão. Tatá entrevista um diretor do River que afirma, se não me engano, que a camisa original era outra e que faixa representa a garra do time. Entro no ar, no início do segundo tempo, e passo ao Luciano a versão que foi fornecida pelo Audinino. Por um problema na recepção do fax, sou levado a crer que a faixa vermelha teria sido adotada em contraposição ao uniforme do Boca. Ledo e providencial engano. Na mesma hora, o Tatá corrige a informação lembrando a origem do azul e amarelo do Boca: os fundadores adotaram as cores da primeira bandeira de navio que viram atracar no seu porto. Logo depois, recebo a chamada sempre gentil de uma autoridade de sempre: Roberto Petri (que comenta o campeonato argentino pela ESPN Brasil): não poderia haver a contraposição, pois o Boca só foi fundado em 1905 (o River é de 1901). Ontem, Petri me enviou um fax com reportagem da revista "El Gráfico" contando a história: como os fundadores do time tinham participado de um bloco de carnaval vestidos de diabo, sobrava pano vermelho, que acrescentaram às camisas brancas, preso por alfinetes. Hans Henningsen (que comentava charmosamente o campeonato espanhol no Sportv) envia um fax recheado de preciosas informações sobre os britânicos esportistas na Argentina, mas acha que a minha dúvida não procede. OK. Oportuno o lançamento do livro "Foi Assim", com crônicas de Lupiscínio Rodrigues (dei o disco do Jamelão cantando as suas músicas para o Pedro Almodóvar), no qual ele conta porque era gremista -fez, inclusive, o hino do clube. Lupu, o velho Lupi, se estivesse vivo, iria a pé até Tóquio, né? Texto Anterior: Araújo tem segunda chance no comando; A FRASE; Edílson acha injusta a demissão do técnico; O NÚMERO; Dirigente põe culpa na reação da torcida Próximo Texto: Porre Índice |
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