São Paulo, sábado, 28 de outubro de 1995 |
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Juros menores, menos Estado Ao apontar que a receita das privatizações tem alcance limitado na redução da dívida pública o ministro do Planejamento, José Serra, indiretamente chamou a atenção para o peso das altíssimas taxas de juros sobre o orçamento. Trata-se efetivamente de um problema seriíssimo. O governo federal, Estados e municípios gastaram com juros cerca de R$ 34,5 bilhões em apenas oito meses, de janeiro a agosto deste ano. É um número assombroso. Isso não significa evidentemente que a venda de estatais seja um elemento menor no combate aos desequilíbrios do setor público. Como afirmou o ministro, a desestatização ajuda a conter o endividamento. De fato, taxas financeiras estratosféricas e a lentidão na reforma do Estado são fatores que infelizmente complementam-se na deterioração das condições fiscais do país. Se de algum modo pode-se vislumbrar que o Banco Central e o Ministério do Planejamento têm apontado as insuficiências da outra parte, pode-se dizer que, nessa disputa, ambos parecem estar certos. As taxas de juros continuam exageradas sim. E as privatizações e as reformas realmente estão lentas. O equilíbrio fiscal não pode prescindir de um esforço redobrado no corte de despesas e na racionalização da máquina administrativa. Os condutores da política monetária não podem eximir-se da responsabilidade de considerar também o impacto fiscal da manutenção de taxas de juros situadas entre as mais elevadas do planeta. Texto Anterior: Dois pesos, uma medida Próximo Texto: Síndrome do anonimato Índice |
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