São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 1995
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Indústria paulista fecha mais 6.296 vagas em uma semana

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O nível de emprego industrial no Estado de São Paulo caiu pela 25ª semana consecutiva, de acordo com dados divulgados ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Com o fechamento de 6.296 postos de trabalho, o nível de emprego recuou 0,28% na terceira semana de outubro em comparação com a semana anterior.
Max Schrappe, presidente em exercício da Fiesp, responsabilizou "a falta de sensibilidade" da política econômica do governo pela deterioração do emprego.
Ele criticou as declarações do ministro Pedro Malan (Fazenda), feitas ontem na posse de Osvaldo Douat, na presidência da Federação das Indústrias de Santa Catarina, segundo as quais a redução das taxas de juros continuará lenta e gradual até que sejam concluídas as reformas constitucionais.
"Não podemos esperar que isso aconteça porque até lá pouco vai sobrar da indústria", disse.
Roberto Nicolau Jeha, coordenador do GPPI (Grupo Permanente de Política Industrial), da Fiesp, atribui o resultado à "política de sanfona" do governo.
"Para controlar o aquecimento do consumo no início do ano, o governo exagerou no remédio e agora, apesar de um certo alívio no arrocho ao crédito, ainda sofremos as consequências".
Jeha disse que a indústria paulista deve ter um crescimento "medíocre" de 3% a 4% este ano, um desempenho, para ele, "abaixo da expectativa".
A taxa acumulada do nível de emprego em outubro registra queda de 0,85%, significando a demissão de 18.985 trabalhadores.
No ano, o nível de emprego mostra declínio de 5,28%. Isso representa o fechamento de 122.797.
A pesquisa revela que apenas nove setores tiveram desempenho positivo (admissões maiores que demissões) no período.
O desempenho foi negativo em 16 e estável em 21 setores.
Entre os setores que tiveram desempenho positivo estão congelados e supercongelados (2,24%), estamparia de metais (1,16%) e massas alimentícias e biscoitos (0,78%). Com pior desempenho estão relojoaria (-6,15%) e calçados de Franca (-4,25%).

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