São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995 |
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Globalização desintegra megacidades
KENNEDY ALENCAR
A Habitat 2, "Conferência das Nações Unidas sobre Cidades", acontecerá em junho do ano que vem em Istambul, Turquia. O italiano Ricardo Petrella, membro da comissão que dirige a União Européia, disse que a globalização é "'um fenômeno que deve ser revertido para o bem da humanidade". Segundo Petrella, o mercado, força motriz da globalização, não é capaz de dar respostas aos problemas sociais. Ele disse que apenas o setor público pode assumir esse papel. "O pragmatismo é a solução para quem não tem aonde ir", disse Petrella, ao comentar o argumento de que a globalização é um processo irreversível. Globalização é um processo de crescimento da interdependência nas relações comerciais, industriais, financeiras e tecnológicas entre os países. Esse processo é entendido também como uma padronização cultural global imposta pelos valores do sistema capitalista. A professora chilena Ximena de La Barra, consultora da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), disse que os "perdedores", que são maioria no processo de globalização, formam as grandes massas de pobres nas megacidades. La Barra afirma que os "perdedores" buscam identidade na violência, drogas e no fundamentalismo religioso. Essa tendência, segundo ela, é uma resposta à globalização. O cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, afirmou que as megacidades e os governos nacionais do Terceiro Mundo têm de assumir um papel de protagonistas na globalização. "Os marginalizados nas megacidades só vêem a face repressiva do Estado, que age apenas em favor da elite beneficiada pela globalização", disse Pinheiro. Texto Anterior: IBGE lança mapa de animais ameaçados Próximo Texto: Parlamentares pedem expulsão de sequestrador Índice |
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