São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Otimista, paulistano leva ventilador `a praia

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O paulistano saiu de casa ontem otimista para passar o feriado no litoral, apesar da chuva que esteve presente em todo o trajeto.
O movimento na tarde de ontem ainda era fraco, mas os carros que passavam pelo pedágio carregavam, literalmente, uma mudança.
Cadeiras de praia, guarda-sol, ventilador, refrigerante, muita cerveja, pouca comida, várias malas para acomodar roupas de verão e "umas peças de frio" para uma eventual necessidade.
A possibilidade de fazer frio nem era admitida. "Vai fazer calor", disse Milena Dias, 15.
A família de Milena -o pai, a mãe, o irmão, a irmã, três amigas e o cachorro- foram ontem para Itanhaém e voltam segunda-feira.
A perua que levou a família carregava também oito malas, quatro caixas de comida, duas de refrigerante, quatro de cerveja, mala para o cachorro, TV, cinco cobertores, rádio, patins e plantas.
"É sempre assim, estou acostumada", diz a mãe, Gabriela Dias. O marido de Antonia Bassecci, 42, perguntou se ela preparava alguma mudança quando viu o carro carregado para a viagem. Antonia foi ontem ao Guarujá apenas deixar os dois filhos, Thiago, 15, e Tomás, 10, que vão passar o feriado com mais nove pessoas -quatro adultos, três adolescentes e três crianças. Eles vão ficar na praia 12 dias. Carregaram 18 malas, 24 pacotes de salgadinhos, 48 garrafas de refrigerante de dois litros, 96 latinhas de refrigerante, 48 latinhas de cerveja, cinco cobertores, microondas, filmadora e celular.
Não levaram comida, vão comprar na praia. O grupo, de Piracicaba, levou duas horas para chegar a São Paulo e mais uma hora e meia até a praia. "Pegamos chuva no caminho todo e aqui também. Não vamos sair hoje (ontem) à noite. Vamos levar um bom tempo para arrumar todas as coisas", disse ontem do Guarujá o professor Cesar Romero, 35.
A dona-de-casa Zelma Timpani, 55, diz que o exagero é só uma maneira de ir "preparada". "Quando chegar lá, vou direto passear, não preciso comprar nada."
Na mala, Zelma carrega até amaciante de roupa, aparelhos para fazer as unhas, agulha e linha.
Já para Márcio Marouço, 18, a namorada e as irmãs, ir "preparado" não é importante. Ontem eles levaram só as malas, bolacha, o violão e cadernos para estudar.
LEIA MAIS
Sobre o feriado na pág. 3

Texto Anterior: Parlamentares pedem expulsão de sequestrador
Próximo Texto: Dono de escola é acusado de formação de cartel
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.