São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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Servidores da Saúde ameaçam parar

DA REPORTAGEM LOCAL

Os funcionários do sistema estadual de saúde prometem suspender o atendimento em São Paulo para "garantir a jornada de trabalho de 30 horas semanais".
O governador Mário Covas (PSDB) baixou um decreto determinando que os servidores trabalhem 40 horas por semana.
No caso dos funcionários da Secretaria da Saúde, a medida passou a vigorar ontem.
O Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo promoveu uma manifestação contra a determinação.
Parte dos funcionários do Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas, o mais importante da capital paulista, não trabalhou. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, isso não prejudicou o atendimento no PS, por onde passam mil pacientes diariamente.
Denise Motta Dau, diretora de imprensa do sindicato, afirmou que o contrato dos funcionários é de 40 horas, mas a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda 30 horas de jornada.
O secretário José da Silva Guedes (Saúde) disse que o governo não abre mão das 40 horas, mas espera que não aconteça a greve.
Santas Casas
As 2.600 Santas Casas do país decidiram em Porto Alegre, no 9º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, suspender o atendimento de emergência e as internações na UTI pelo SUS dentro de 60 dias.
Elas querem que o governo federal reajuste as tabelas para pagamento dos hospitais.
Carlos Alberto Kosmora, vice-presidente da Confederação das Misericórdias do Brasil, disse que a emergência e a UTI são os setores mais caros de um hospital.
No caso das internações comuns, os hospitais recebem R$ 3,69 de diária por paciente. Com a reajuste de 25% retroativo a julho concedido pelo governo, a diária passará a R$ 4,61. Kosmora alega que o custo é de R$ 19,26.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que só com o imposto do cheque será possível rever as tabelas.

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