São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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'Estrangeiros' e 'locais' convivem no Moinho

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Moinho Santo Antônio, a maior e mais nova casa noturna da cidade, inaugurado há uma semana na Mooca, está propiciando uma convivência pouco comum entre o luxo do estabelecimento e o "jeitão" simples da vizinhança.
Moradores dos Jardins e zona oeste da cidade se deslocam até a Mooca e dividem o espaço com os "locais" em uma casa de tijolos aparentes cercada por fábricas, algumas instaladas na zona leste desde a década de 30.
Nos três primeiros dias após a inauguração, a casa, que funciona em um moinho construído em 1890, teve uma média de público de 8.000 pessoas por noite.
Na sexta-feira passada, primeira noite sem festas e aberta totalmente ao público, havia 1.000 pessoas no local por volta de meia-noite. Mesmo assim, com os 12 mil m2 de área, a casa não parecia cheia.
Nos fundos do Moinho Santo Antônio passa uma linha de trem da CBTU. À frente da casa noturna, as máquinas de uma fábrica da multinacional Dynacast trabalham 24 horas por dia (leia abaixo).
Pessoas de todas as regiões da cidade se divertem nos vários ambientes da casa (pista de dança, pizzaria, praça de alimentação, capela, dois palcos, cinco bares, área para desfile e picadeiro).
Um grupo de cinco amigos, frequentadores de bares da Vila Madalena (zona oeste), como o Venice, estavam na sexta no Moinho.
Os irmãos Adriana, 25, e Alexandre Boccia, 26, Alexandre Prado, 26, Júlio Passos, 26, e Ana Paula Cruz, 27, elogiaram em coro o local. Um dos pontos fortes, segundo eles, é a decoração.
"É diferente de tudo que existe em São Paulo. E é bom que fique fora dos Jardins ou Pinheiros. Assim dá para sair da rotina", disse o empresário Alexandre Boccia, morador do Tatuapé. "É bom porque é grande e pode encher de gente sem ficar apertado", afirmou o "estrangeiro" Alexandre Prado, empresário, que veio de Alphaville, onde mora.
Também empresária, Adriana Boccia se queixou das pessoas que frequentavam o local na sexta. "Nos dias de festa parece que tinha gente mais bonita. Só vou voltar aqui no meio da semana."
Um grupo de 15 mulheres, a maioria moradora da zona leste, comemorava na sexta-feira, no Moinho, a despedida de solteira de Rosângela Castro, 34, que deve se casar no próximo dia 10.
A secretária Angélica Zullo, 27, moradora da Mooca, costuma frequentar o Resumo da Ópera e da choperia Continental, em Pinheiros (zona oeste). "A casa é linda e o público bem variado", disse.

MOINHO SANTO ANTÔNIO - rua Borges de Figueiredo, 510, Mooca, zona leste. Tel. 291-2573. De quarta a domingo, a partir das 22h. Preço: R$ 20 (entrada) mais R$ 15 (consumação).

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