São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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Bares ressuscitam receitas caseiras de sanduíche

FRANCISCO MARTINS DA COSTA
DA REDAÇÃO

Na hora de escolher um sanduíche nos bares e lanchonetes de São Paulo, as opções não se restringem aos hambúrgueres ou às novidades à base de salmão ou presunto cru. É cada vez mais comum as pessoas comerem fora de casa receitas tradicionalmente caseiras como o sanduíche de pernil, o pão recheado de carne moída e o tostex.
No mês passado, duas casas abriram suas portas investindo pesado na tendência. O Empório Ravioli, na Vila Olímpia, inaugurado no dia 4 de outubro, tem como carro-chefe o sanduíche de pernil. No Itaim, a novidade desde o dia 10 é o Ventana, onde o forte são os sanduíches de picanha grelhada.
Roberto Ravioli, ex-sócio do restaurante Pizza Bros., justifica a opção pelo sanduíche de pernil com sua intenção de resgatar a atmosfera de boteco que o rodeava em seu tempo de moleque, na Aclimação. "Faltava um lugar assim hoje em dia em São Paulo".
No Empório Ravioli, os clientes podem escolher entre duas opções de sanduíche de pernil: uma traz a carne fatiada num pão ciabata com molho de pimentão e tomate (R$ 6,50), e a outra vem com tiras de aliche e azeite italiano (R$ 7,50).
A casa tem outra especialidade bem caseira: sanduíche de bife à milanesa, no pão francês ou numa ciabata com rúcula, molho de carpaccio e maionese (R$ 6,50).
No Ventana, segundo Pablo Fantoni, 26, um dos sócios da casa, a proposta é "um local que sirva sanduíche, mas sem cara de fast-food". A idéia foi importada de Curitiba, onde o cheese-picanha na madrugada é uma "tradição" local. Em São Paulo, a casa vai ficar aberta até as 5h.
Lá é possível montar seu sanduíche de picanha escolhendo o queijo (quatro tipos), o pão (cinco opções) e o acompanhamento (bacon, salada, cebola frita ou chimichurri -molho argentino de ervas). Todos custam R$ 7,00 e são servidos com batatas fritas.
Outra receita que faz sucesso há anos é o "Buraco Quente". O sanduíche, especialidade servida na Mercearia São Roque, nos Jardins, é feito com um pão francês cujo miolo é retirado por uma das extremidades e substituído por carne moída temperada. Custa R$ 6,50.
Quem preferir algo mais temperado, pode ir até a Casa Ricardo, no centro, e pedir um "Boi Doido", um pão francês redondo recheado com "carne louca" (capa de filé assada, desfiada e marinada no molho de tomate e pimentões).
Os bares da cidade servem pelo menos duas receitas bem originais para os fãs de misto-quente. No Hydrante, em Pinheiros, o "Potrinho" é uma versão do sanduíche à dorê. Custa R$ 4,00. A receita para fritá-lo é segredo do cozinheiro Zé Reseno, ex-Long Champ.
No Cabral, em Cidade Jardim, o misto-quente é preparado numa fôrma de tostex e custa R$ 5,30. Segundo Gustavo Medlam, 37, gerente da casa, a idéia foi de Paulo Zegaib, um dos donos do local. "Ele gosta de comer aqui no bar o que come em casa", diz Medlam.

EMPÓRIO RAVIOLI - r. Bastos Pereira, 305 (Vila Olímpia)
VENTANA - r. Tabapuã, 1.434 (Itaim)
MERCEARIA SÃO ROQUE - r. Amauri, 35 (Jardim Europa)
CASA RICARDO - av. Vieira de Carvalho, 48 (Centro)
HYDRANTE - r. Artur de Azevedo, 1.508 (Pinheiros); CABRAL - r. Camargo Cabral, 20 (Cidade Jardim).

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