São Paulo, quinta-feira, 2 de novembro de 1995
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Corpo na fotografia é chave para anos 90

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Para compreender o universo das imagens que determinam o estilo dos anos 90 é fundamental conhecer um histórico não apenas da fotografia, mas do tratamento do corpo humano dentro desse meio.
É aí que entram os pesquisadores John Pultz e Anne De Mondenard, que acabam de lançar na Europa o livro "Le Corps Photographié" (os corpos fotografados). Em edição sucinta e inteligente, os dois autores evitam uma abordagem burocrática e meramente cronológica em prol de divisões temáticas que levam em conta aspectos sociais como sexo, política, raça. O capítulo sobre o corpo no século 19 trata dos primeiros retratos, dos registros etnográficos, das explorações médicas e do movimento como em Muybridge.
"O Nu e a Sexualidade" engloba o período de 1850 a 1920, em que a fotografia passa a servir como um meio privilegiado para expressar esses tópicos e vê a ênfase no corpo feminino como objeto erótico e estético.
O corpo-objeto é justamente o item seguinte, acompanhando o período de novas liberdades sexuais dos anos 10, 20 e 30 deste século. Assim, entram na história os nomes de Edward Weston, Man Ray, Alfred Stieglitz e Imogen Cunningham, abrindo espaço também Blumenfeld e Kertész.
"Os corpos trágicos", com registros de guerra e imagens de sociedades em crise, num período de 1930 a 1970. De 1950 a 1990, os autores avaliam uma "mudança de função" do corpo na fotografia, explorando seu caráter arquetípico. É quando compreendemos nomes como Helmut Newton, Mapplethorpe e Cindy Sherman, com olhos nas americanas Nan Goldin e Sally Mann.

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