São Paulo, sexta-feira, 3 de novembro de 1995
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Consultores prevêem baixa inflação e crescimento lento

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Crescimento moderado, economia em marcha lenta e inflação em queda, abaixo dos 20% ao ano - esse é o cenário desenhado para 1996, segundo alguns dos principais consultores do mercado.
É também o cenário imaginado pela área econômica do governo. O governo não faz previsões oficiais, mas precisa definir parâmetros ao preparar o Orçamento e as metas de emissão de moeda.
Lendo por aí, se verifica que o governo trabalha com inflação de 15% para 1996, com um crescimento de 4% para o PIB (Produto Interno Bruto, soma de tudo que se produz no país).
Consultorias e governo coincidem em outro ponto: a previsão de que a taxa de juros será descendente, de modo gradual. Mas na média de 1996, a taxa de juros deverá ser a metade da deste ano.
O Banco Central, por exemplo, projetou taxa de juros real, descontada a inflação, de 16% na programação de emissão de moeda aprovada em outubro. É quase a metade dos 30% deste ano, mas ainda assim alta, uma taxa de política de restrição de consumo.
Esse ambiente suscita pelo menos uma dificuldade política para o governo FHC. Sempre foi consensual entre economistas brasileiros que o país precisa crescer 5% ao ano para gerar os empregos necessários aos jovens que chegam ao mercado de trabalho.
Como a indústria brasileira está em processo de modernização, pressionada pela abertura ao exterior, o crescimento fraco previsto para o ano que vem (abaixo de 4%, segundo as consultorias) será claramente insuficiente.
Na melhor das hipóteses, o desemprego, em 1996, ficará no mesmo nível de hoje. Emprego, e não salários, será a pauta dominante de governo, sindicatos de trabalhadores e empresas.
As diversas consultorias sempre fazem diversos cenários, imaginando circunstâncias positivas, negativas e as mais prováveis. A tabela publicada nesta página resume o chamado cenário provável.
Verifica-se que há uma clara convergência de expectativas, exceto num ponto, a cotação do dólar em 31 de dezembro de 1996.

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