São Paulo, sexta-feira, 3 de novembro de 1995
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Expansão acelerada no início do ano causou alarme

Governo chegou a temer pela estabilização da economia

DA REPORTAGEM LOCAL

Em abril deste ano, quando o IBGE informou que a economia brasileira estava crescendo, considerando os números do primeiro trimestre, a um ritmo de 9% ao ano, acenderam-se todas as luzes vermelhas nos gabinetes da equipe econômica.
Longe de ser boa, era péssima notícia para o Real, como insistia o então presidente do BC, Pérsio Arida. Para ele, qualquer crescimento acima de 5% ao ano seria fatal à estabilização.
As metas eram então de uma inflação de 25% em 1995, com um saldo positivo no comércio exterior em torno de US$ 5 bilhões. O forte crescimento, segundo argumentava Arida à Folha em abril, provocaria alta geral de preços, por escassez na oferta de produtos, aumento das importações e queda das exportações, pois as mercadorias seriam consumidas internamente.
No final de abril, saiu o último e mais pesado pacote de contenção do consumo, com o objetivo de reduzir a atividade no segundo semestre de 1995 e durante todo o ano de 1996.
No final de maio, a Folha publicou os cenários imaginados por algumas consultorias para 1995 e 96. E todos indicavam que a política do governo estava funcionando. A economia esfriava, a inflação, que estava em alta no início do ano, começava a cair. Só o comércio externo reagiu mais demoradamente.
Os cenários produzidos hoje indicam que 1996 repete o final de 95. Será mais um ano em que a inflação baixa estará garantida por uma política monetária apertada -juros reais altos, embora em queda, e crédito controlado.
A aposta do governo é que em 1997, feitas as reformas, a estabilidade terá então bases mais sólidas. Do ponto de vista dos cenaristas, não há crises agudas pela frente e o governo tem uma boa chance. Mas ninguém espera facilidades.
Entre os obstáculos ao plano, estão os gastos dos Estados e municípios e as dificuldades para o andamento das reformas.

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