São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Parentes esperam 'prova de vida'

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Os sequestradores do estudante Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho, 21, ainda não forneceram a chamada "prova de vida" à sua família. Nos últimos dias, os Gouvêa Vieira receberam telefonemas de homens que disseram ser os sequestradores. Nenhum, porém, comprovou estar com o rapaz.
O fornecimento de uma "prova de vida" é essencial para que a família do sequestrado tenha certeza de que negocia com as pessoas certas. As famílias costumam exigir como "prova de vida" uma informação fornecida pela vítima do sequestro: geralmente algum detalhe da vida doméstica.
A Folha apurou que os pais de Vieira Filho resolveram transferir o contato com os sequestradores para um negociador, que não pertence à família. O objetivo é evitar que a emoção acabe atrapalhando as negociações. O negociador não está na casa dos Gouvêa Vieira, no Humaitá (zona sul do Rio). Os supostos sequestradores que ligam para a casa são orientados a telefonar para o negociador.
Desde o início do sequestro, no último dia 25, todos os hábitos da família foram modificados. O pai do sequestrado, Eduardo Gouvêa Vieira, deixou de comparecer ao trabalho e à sede da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Ele assumira a presidência da entidade cinco dias antes do sequestro. Gouvêa Vieira é superintendente da área petroquímica do grupo Ipiranga.
As outras quatro filhas de Gouvêa Vieira deixaram de ir à escola desde que o irmão foi levado pelos sequestradores. Católicos, os Gouvêa Vieira costumam realizar preces às 18h pedindo pela libertação do rapaz. Ontem, a família foi visitada pelo deputado evangélico Francisco Silva (PPB-RJ). Silva disse que foi orar com a família.
Amanhã, às 11h, amigos de Gouvêa Filho promovem outra caminhada de protesto. A manifestação conta com o apoio do Viva Rio e sairá da praia do Leblon. Durante a caminhada será incentivado o uso do Disque-Denúncia.

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