São Paulo, sábado, 4 de novembro de 1995
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Delegado do caso critica lentidão no inquérito

MARCELO DAMATO

MARCELO DAMATO; RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL*

A apuração do caso da "fita do suborno" começa a provocar um atrito entre a Polícia Civil de São Paulo e a de Ribeirão Preto. O delegado da Divisão de Comunicação Social da polícia, Jair Cesário da Silva, criticou ontem a ação da polícia de Ribeirão.
Pela repercussão do caso, o inquérito foi transferido para a divisão chefiada por Cesário da Silva.
O delegado afirma que deveria ter recebido o inquérito na semana passada, mas que fez um acordo com a polícia em Ribeirão para que antes fossem ouvidos todos os supostos envolvidos que moram naquela cidade.
Mas, até agora, só prestaram depoimento os jornalistas Luiz Carlos Briza e Alexandre Reis, que gravaram a fita, e o presidente do Botafogo, Laerte Alves.
O delegado do 4º DP da cidade, Antonio Carlos dos Santos Neto, disse que vai ouvir Nelson Giacomine, diretor do clube, também citado na fita, semana que vem.
"Quem ele não ouviu, não vai ouvir mais. Na segunda-feira, eu vou pedir o inquérito para mim", disse Cesário da Silva.
"O que eles não fizeram só vai trazer problema para nós."
Neto disse à Folha que não recebeu nenhuma comunicação oficial de que o inquérito vai ser centralizado em São Paulo.
Segundo ele, foi sua a decisão de ouvir Alves. Na segunda-feira, Neto havia dito que o dirigente seria o último a ser ouvido.
"Decidi antecipar as declarações do Laerte para ter mais informações sobre o caso", afirmou.
Ele afirmou que Alves deve voltar a ser ouvido. "Quando tivermos mais elementos, vai ser ouvido novamente."

* Colaborou Ricardo Perrone, da Folha Nordeste

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