São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Cidade registra 57 casos de assédio sexual

DA FOLHA VALE

As mulheres de São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo) estão enfrentando o medo e denunciando o assédio sexual.
Este ano, 57 casos de assédio sexual em ônibus e escritórios foram denunciados ao SOS Mulher. No ano passado, nenhum caso foi registrado.
"As mulheres tomaram conhecimento de que o assédio é um crime contra a sua liberdade individual, que precisa ser denunciado", disse a presidente do SOS Mulher, Sandra Maria Garcia.
Segundo ela, o número de queixas ainda não representa um terço do total que realmente ocorre na cidade.
O SOS Mulher é uma ONG (Organização Não-Governamental) fundada há 12 anos. O órgão trabalha em casos em que os direitos da mulher são desrespeitados.
A delegada da Delegacia de Defesa da Mulher, Juliana Puccini Vianna, disse que muitas mulheres preferem suportar o assédio a procurar uma delegacia para formalizar uma queixa.
"O medo do constrangimento que isso pode trazer ainda é maior", disse. A legislação brasileira ainda não considera o assédio como crime.
Os casos que chegam às delegacias de polícia da mulher são registrados normalmente como atentado violento ao pudor, constrangimento ilegal ou ato obsceno.
Levantamento do SOS Mulher revela que a maior parte dos casos de assédio contra mulheres ocorre dentro de ônibus.
A maior parte das queixas está relacionada a "passadas de mão" em ônibus lotados ou "cantadas" de chefes.

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