São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Colombiana foge para acompanhar circo

Ela se apaixonou por contorcionista

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A colombiana Adriana Banegas, 27, tinha 14 anos quando fugiu de casa para acompanhar o circo argentino Roland.
Adriana se apaixonou pelo contorcionista "Pantera", que é nove anos mais velho que ela, e foi atrás dele de ônibus assim que a trupe deixou sua cidade (Barranquija, no interior da Colômbia). "Levei cinco peças de roupa", disse.
Conhecer Pantera (Miguel Harvey) não foi difícil. "O circo estava montado perto do lugar onde minha mãe trabalhava como lavadeira. Eu costumava ir junto com ela, para ajudar, e um dia inventei uma desculpa para procurar o Pantera", diz. "Primeiro, ficamos amigos. Depois, veio o namoro."
Os dois namoravam há pouco tempo quando o circo anunciou a partida. Adriana lembra que eles combinaram tudo.
"O Pantera conseguiu tirar documentos falsos para mim, alterando a minha idade, e nós viajamos quase toda a América do Sul com o circo", diz.
Primeiro, o casal viajou com o Roland, depois com o mexicano Modelo e, de sete anos para cá, com o Circo Garcia, que está em São Paulo há cerca de três meses.
Adriana nunca se arrependeu de ter partido sem dar satisfações. "Não podia dizer a meus pais que eu tinha me apaixonado pelo contorcionista do circo", afirma.
Ela só voltou para visitar a família três anos depois da fuga, quando teve sua primeira filha (depois, ela teve um garoto). "Meus pais ficaram felizes quando viram que eu não estava morta", afirma.
Adriana mora com o marido e os filhos em um trailer, nos fundos do circo, e diz que "adora" a vida nômade. "Gosto de estar sempre viajando."
Ela aprendeu a dançar no circo e hoje faz parte do corpo de baile do Garcia. Se apresenta em três números e também na parada, quando todos os artistas e animais do espetáculo desfilam juntos. Sua filha, Evelyn, 11, também participa de alguns números.

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