São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Quatro grupos formam setor

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O estudo do Banco Patrimônio sobre o novo setor financeiro pós-estabilidade foi iniciado há dois anos.
Nele, o setor financeiro é dividido em quatro subgrupos: 1) bancos estrangeiros e de investimento; 2) bancos joint-ventures (associação entre estrangeiros e nacionais); 3) grandes bancos de varejo; 4) instituições médias e pequenas.
José Eduardo Martins, diretor-executivo de Corporate Finance do Patrimônio, desenhou as características do que ele chamou de "consolidação", em cada um desses segmentos.
Martins não acredita que, pelo menos no primeiro momento, os bancos estrangeiros serão agressivos, comprando um banco nacional, por exemplo.
Para ele, o mais provável é um aumento de participações minoritárias -como é o caso da compra de 6% do Bamerindus pelo Midland Bank.
Essas participações podem ser consideradas estratégicas, já que possibilitam uma visão privilegiada do processo de reorganização bancária.
O segundo segmento, dos bancos joint-ventures, tende a desaparecer. "Crefisul (comprado pelo Banco Itamarati) e BFB (comprado pelo Itaú) são exemplos desse processo."
No terceiro e quarto segmentos vai acontecer o grosso do processos de fusões e incorporações, que terão como meta o "aumento de escala".
No redesenho do sistema financeiro em uma economia mais estável, algumas linhas de atuação já estão definidas.
Haverá expansão do "home banking" (literalmente banco em casa). Os custos desse processo são enormes, diz, para depois acrescentar que essa tendência é internacional. Ou seja, ela é um dado da competição. Quem não puder fazer, fica fora do mercado.
Haverá um crescimento dos fundos de investimento. "Hoje, os fundos dos diversos bancos são similares. A tendência é a da diversificação, o que vai exigir profissionais mais capacitados e mais investimentos em tecnologia." A reforma da Previdência deve ampliar ainda mais a base de recursos a ser administrada.
Por último, ele lembra que a estabilização e o novo padrão de concorrência (a economia está aberta) vai obrigar o setor privado a investir. "O que é um fato positivo, já que aumenta a base para a ampliação do mercado de crédito."
(JCO)

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