São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995 |
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Governo admite 'deformação'
GUSTAVO PATÚ
Em documento preparado para a reportagem da Folha, o BC avalia que o valor do PIB está "superestimado". O valor foi calculado a partir do PIB de 77 corrigido pela inflação acumulada desde então. Segundo Lopes, o PIB de setembro último passará a R$ 648,9 bilhões. "Alguns quadros nossos vão sofrer mudança bem grande. A diferença aí é uns 20%." Com a mudança no valor do PIB, a dívida pública líquida brasileira subirá de 28,4% para 36,2% do PIB -um patamar próximo ao dos EUA (37,7%) e superior ao de Japão, França, Austrália, Dinamarca e Suécia. Mas há uma diferença básica: enquanto os EUA emitem títulos com prazos de até 30 anos, grande parte dos títulos da dívida brasileira tem prazo de 30 dias. O BC defende o novo valor calculado para o PIB, apesar da aparente discrepância com os R$ 355,6 bilhões do IBGE para 94. Segundo o BC, devem ser somados ao valor do IBGE 16% de inflação estimada para 95, 5,1% de crescimento real e 68% da diferença entre a inflação média deste ano e a do ano passado. O economista Fabio Giambiagi, da assessoria econômica do ministro José Serra (Planejamento), argumenta que, se utilizado um PIB médio para o ano, a comparação também deveria ser com a dívida média no ano -segundo seus cálculos, a dívida em 95 equivalerá a 25,5% do PIB. Texto Anterior: Estatísticas escondem real tamanho da dívida pública Próximo Texto: Tendência é de piora nas contas públicas Índice |
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