São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995 |
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Entenda como são formadas as várias contas
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Em outro nível, é preciso separar as contas do governo federal dos orçamentos dos governos estaduais e das prefeituras. A despesa não-financeira é o gasto normal de um governo. Inclui: salários do funcionalismo e dos inativos, remédios dos hospitais, gasolina da polícia, comida do presidente e cafezinho do pessoal. Inclui também gastos com investimentos na melhoria da infra-estrutura da economia nacional, como, por exemplo, despesas com estradas ou hidrelétricas, ou ainda com escolas ou quartéis. O certo é que esses gastos sejam pagos com os recursos decorrentes da arrecadação de impostos. Despesa financeira é o que o governo federal gasta com juros pagos sobre os títulos da dívida mobiliária. Esses papéis são uma espécie de promissória. O governo, precisando de mais dinheiro do que conseguiu com os impostos, emite títulos e os vende no mercado financeiro. Aos compradores desses títulos, o governo promete pagar, no resgate, o valor original mais juros e correção. Todos os governos se endividam. Mas, como em qualquer empresa ou família, a dívida tem de guardar certos limites com relação à receita. E a situação é desastrosa quando o governo começa a emitir novos títulos para pagar juros de títulos anteriores. Isso porque o governo federal tem maior poder de pagar e receber em comparação com as prefeituras e as administrações estaduais. Pode, por exemplo, emitir dinheiro. Pode subir ou baixar juros. Assim, há soluções paras contas federais que não valem para as estaduais e municipais. (CAS) Texto Anterior: Déficit público é novo desafio do Real Próximo Texto: Juros à parte, sobram R$ 800 mi Índice |
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