São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995 |
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Capitalismo em Cuba A guinada de Cuba em direção à economia de mercado é a mais recente confirmação de que o comunismo fracassou. E a trajetória ascendente dos investimentos externos e do turismo mostram que a abertura ao setor privado começa a dar alguns resultados positivos. Como publica hoje esta Folha, os investimentos diretos vêm crescendo bastante rapidamente. De US$ 300 milhões em 1991, ano do desmantelamento da União Soviética, eles chegaram a US$ 2,1 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. Os investimentos estrangeiros em turismo estão impulsionando o setor. Em 91 foram a Cuba 424 mil turistas estrangeiros. Três anos depois, o número subiu para 706 mil. A Price Waterhouse prevê que no ano 2000 a ilha receberá 1,43 milhão de visitantes do exterior, apesar do embargo norte-americano. Os estímulos à realização de joint ventures e, mais recentemente, a permissão a investimentos 100% estrangeiros, à venda de excedentes agrícolas em feiras livres e à criação de empresas familiares começam a criar um mercado no país. A orientação do governo de Fidel Castro parece similar à da China, que mantém o regime de partido único, mas promove a liberalização da economia. Nesse ponto, o contraste entre a pujança da nação asiática e as debilidades da ilha caribenha remetem à incoerente diferenciação que os EUA fazem dos dois países. A China goza do status de parceiro comercial mais favorecido. E Cuba ainda está proibida de importar até remédios e alimentos. Texto Anterior: 1º Mundo ou teocracia Próximo Texto: "Quadrilheiros" Índice |
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