São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
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Coupé Fiat vale mais pela beleza do que pelo motor

LUCIANO SOMENZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apresentado ao público no Brasil Motor Show, na semana passada, o Coupé Fiat chega para ser notado. Com desenho arrojado e destacado, não há quem não note a presença do esportivo italiano de US$ 50 mil.
No trânsito, nos estacionamentos ou mesmo em postos de gasolina, pescoços de todas as idades se esticam para admirar suas formas arredondadas.
O Coupé Fiat consegue aliar conforto e luxo moderado sem perder seu maior destaque: a esportividade.
A marca italiana retoma a produção de veículos desse tipo, que foi paralisada em 1979 -o último lançamento foi o Fiat 128 Sport, de linhas mais ortodoxas que as do atual (leia texto ao lado).
O motor de 2.000 centímetros cúbicos (cc) de 16 válvulas rende potência na medida exata, o suficiente dentro das limitações do trânsito urbano.
Dados da Fiat indicam que o modelo parte de 0 e chega aos 100 km/h em 9,3 segundos. Não está próximo dos desempenhos dos superesportivos, bem mais velozes, mas se enquadra bem em sua proposta urbana.
O Coupé italiano está longe de seus distantes primos japoneses, que oferecem sugestivos designs para altas velocidades e precárias potências nos motores.
Também é por suas características de carro esporte que o Coupé sofre com as ruas do Brasil.
Os pneus de perfil baixo -205/55, com aro de 15 polegadas- não conseguem absorver os impactos da buraqueira da cidade.
A reduzida altura do carro em relação ao solo é outro complicador em lombadas e valetas. Se o motorista não tomar cuidado, a frente fatalmente raspa no chão.
Quanto à dirigibilidade, o italiano é agradável em vários aspectos. Boa empunhadura do volante, posição baixa do motorista e o peculiar ronco do motor, digno de um superesportivo, são alguns deles.
O detalhe desagradável é que o belo ruído da aceleração é atrapalhado pelo barulho das forrações internas do teto.

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