São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Empresários aprovam a nova medida

DA REPORTAGEM LOCAL

Empresários do comércio, da indústria e economistas aprovam a Medida Provisória (MP) que estimula as fusões dos bancos.
Para eles, a MP abre brecha para que outros setores da economia exijam as mesmas vantagens.
A MP acelera o processo de reorganização do sistema financeiro, evitando que o reordenamento se faça pela via traumática das quebras, afirma Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e hoje vice-presidente do BMC.
Segundo ele, a crise bancária colocaria em risco o Plano Real, porque afetaria a confiança nas instituições financeiras.
"O banco mexe com a confiança das pessoas. Se ela derrete, o sistema vai embora. Por isso, essas medidas são necessárias", diz Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP). Para ele, a MP é importante para proteger o sistema.
Para o deputado Delfim Netto (PPB-SP), o empurrão oficial à reestruturação do sistema bancário não é "pecaminoso" porque os bancos não são como empresas do comércio e da indústria que podem quebrar sem causar grandes impactos à economia.
Szajman ressalva que a MP tem um aspecto negativo: concentra o sistema financeiro nas mãos de grandes bancos.
Para Luiz Gonzaga Belluzzo, economista da Unicamp, a tentativa de aumentar o tamanho dos bancos e de reduzir o número deles é correta e irreversível.
Edmundo Klotz, presidente da Abia (Associação Brasileira da Indústria da Alimentação), concorda. "Temos bancos demais. A MP ajuda as instituições com problemas a serem incorporadas por outras mais fortes."
Ele diz que a MP dá espaço para que o setor produtivo peça vantagens ao governo.
"Acho que a medida deve ser estendida para a indústria", diz Sérgio Haberfeld, presidente da Toga, fabricante de embalagens.

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