São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Banco atrai clientes com serviços virtuais

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A disputa entre as instituições financeiras para atrair clientes estimulou a criação de "bancos virtuais".
Nesses bancos "invisíveis", o cliente, sem sair de casa, realiza operações como transferência de dinheiro de uma conta para outra, aplicações financeiras e recebimento de talão de cheques.
Motoqueiros fazem serviços como a entrega de talões ou a retirada de cheques para pagamento de contas.
O Citibank, o Unibanco e o Real já possuem o serviço. O Banco Bandeirantes e o Banco Nacional estão finalizando seus preparativos.
Segundo Marcello De Simone, diretor da Andersen Consulting, os bancos virtuais se caracterizam pela utilização pelo cliente de meios eletrônicos (fac-símile, microcomputador e telefone) e uma estrutura bancária com rede de computadores e atendimento personalizado.
O Citibank foi um dos primeiros a trabalhar no Brasil como banco virtual, em que o cliente não precisa ir a uma agência bancária e tem aconselhamento financeiro por telefone com gerentes de conta.
Ricardo Paiva, da Eurogroup Consultores, afirma que o conceito de banco virtual pressupõe servir o cliente "quando ele quiser e de onde ele estiver, ou seja, uma proximidade à distância".
Paiva diz que o banco virtual pressupõe ainda atendimento personalizado por gerentes de conta. "O banco virtual é uma tendência mundial e irreversível para qualquer instituição financeira", diz.
Elvaristo do Amaral, vice-presidente do Citibank, diz que a instituição trabalha com todos os serviços (até mesmo com os motoqueiros que vão até a casa do cliente para levar ou trazer documentos) do banco virtual há três anos.
Amaral diz que a instituição estimula o uso dos serviços do banco virtual (saber o saldo por telefone, por exemplo) por ser "mais rápido, eficiente e econômico". Para ser cliente do Citibank é preciso ter uma renda mensal de R$ 2.000.
Elvaristo do Amaral diz que cabe ao cliente optar por vir à agência ou utilizar outros meios de comunicação com o banco (microcomputadores, fac-símile, telefone). Os serviços estão disponíveis para todos os clientes, diz.
O Unibanco decidiu diferenciar a sua instituição financeira virtual, criando o Banco 1.
José Ricardo Quintana, diretor do Banco 1, diz que o banco virtual reúne diversas empresas que buscam realizar um atendimento personalizado e horário flexível (24 horas por dia, todos os dias da semana). As operações financeiras podem ser realizadas por telefone, fac-símile e microcomputador e entregas domiciliares por motoqueiros.
O cliente dispõe também de serviços personalizados para adquirir e receber onde quiser: ingressos de teatro e shows, bilhetes aéreos, cheques de viagem, reservas de hotéis e pacotes turísticos. O Banco 1 opera com 200 funcionários de formação superior. O cliente precisa apresentar renda mensal superior a R$ 1.500.
O Banco 1 opera no Rio de Janeiro e em São Paulo. Iniciou suas operações em 26 de julho e pretende conquistar 36 mil clientes em seu primeiro ano de atuação. Para viabilizar o Banco 1, o Unibanco está investindo US$ 20 milhões, em três anos.
O Banco Real já possui, desde dezembro de 1994, o seu banco virtual (denominado Direto).
Edison Costa, diretor do Banco Real, diz que o Banco Direto possui 46 funcionários (basicamente, gerentes de conta) e atende clientes com renda mensal mínima de R$ 5.000.
Costa observa que os gerentes possuem dados sobre os gostos pessoais dos clientes, possibilitando oferecer produtos financeiros adequados às necessidades dos clientes. O Banco Direto está disponível para clientes de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Nuham Szprinc, vice-presidente do Banco Nacional, diz que a instituição fechou acordo operacional com o grupo francês Paribas, que opera o banco virtual Cortal há dez anos. O banco Cortal possui 150 mil clientes.
Szprinc diz que o acordo operacional com o Cortal não envolve participações acionárias.
O Banco Nacional investirá US$ 20 milhões para o lançamento do seu banco virtual no primeiro trimestre de 1996. A atuação inicial será no Rio de Janeiro e em São Paulo e com objetivo de atender 40 mil clientes.
Reinaldo Pezzotti, diretor do Banco Bandeirantes, diz que a instituição lançará, até o final do ano em Belo Horizonte, o seu banco virtual.

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