São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Importados para cozinha têm preços 40% menores

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca foi tão fácil achar artigos importados para uso na cozinha no comércio. Supermercados e lojas de departamento dão cada vez mais espaço a eles.
Pudera: artigos de utilidades domésticas estrangeiros custam até 40% menos do que os nacionais.
Entre eles destacam-se potes plásticos, tigelas, pratos, chaleiras, panelas, escorredores de macarrão, fruteiras etc.
A rede de supermercados Sé está importando dos EUA 120 mil unidades desses produtos para comercialização neste final do ano.
Somados com outros 120 mil itens da linha de brinquedos, a importação do Sé soma US$ 150 mil.
"Estamos trazendo de fora porque alguns produtos chegam a custar até 40% menos do que os nacionais", diz Adriano Gabriel Afonso, gerente de compras do Sé.
As redes de supermercados Pão de Açúcar, Extra e Superbox também ampliaram as compras de artigos de cozinha do exterior.
A assessoria de imprensa das três redes informa, sem citar números, que os produtos vêm dos Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e países do Mercosul.
A Mesbla está trocando a linha de pratos de vidro e aparelhos de fondue nacionais por importados.
Estes últimos, diz Zaíra Azeredo, gerente de negócios da área de presentes, custam entre 30% e 40% menos do que os nacionais.
A importação de utilidades domésticas tem sido tão volumosa neste ano que, somada à produção local, provocou uma superoferta.
"Alguns clientes estão tão estocados que têm mercadorias para vender durante todo o ano de 1996", diz Duílio Montanarini, diretor comercial da Best of Brazil, importadora e distribuidora de artigos de utilidades domésticas.
A consequência é que os fabricantes nacionais também estão cortando preços para desovar estoques. Assim, o consumidor pode comprar os mais diversos itens da linha quase que pela metade do preço do que pagava há um ano.
Pedro Bentes, diretor da Flexa Carioca, fabricante nacional de utilidades domésticas plásticas, diz que o importado virou mania.
Animados com o aumento de consumo no final de 1994, continua ele, os supermercadistas saíram às compras. "Só que a demanda freou e agora eles acumulam altos estoques."
A Flexa Carioca está produzindo 2 milhões de unidades por mês, mas tem capacidade para fabricar quase três vezes mais.
A diretoria da Sanremo, outra indústria nacional, diz que há superoferta porque os importados encalharam.
A Sanremo produz e vende cerca de 2 milhões de unidades por mês. A empresa cortou os preços em 7% do final do ano passado até agora e vendas cresceram 30%.

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