São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Palmeiras se torna 11 zumbis em campo

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Até que o Palmeiras começou bem, com um ar desabrido de quem estava disposto a chutar para as arquibancadas a crise que resultou na demissão de Carlos Alberto e a subsequente volta de Luxemburgo.
Edílson perdeu, em jogada criada por Cafu, que, por sinal, conferia extrema mobilidade ao meio-campo palestrino. Mas Cafu contundiu-se, Ezio aproveitou as falhas da defesa verde e o Palmeiras começou a definhar. No final, eram 11 zumbis em campo.

O Corinthians perdeu o jogo, e, por certo, o senso. Sim, porque culpar o juiz pela derrota de sábado diante do Goiás é, no mínimo, perda da noção da realidade.
O juiz, Sidrack Marinho, realmente é cheio de lero-lero. É daqueles que fingem não perceber o olho da câmera de TV, mas criam o tempo necessário para "closes" e panorâmicas em profusão, antes de a bola rolar, nos dois tempos.
No começo do segundo, por exemplo, fez tanta visagem -correu para cá, para lá, confabulou com o representante, postou-se no círculo central, fez o sinal da cruz, olhou para o infinito, esticou o braço e ali ficou um instante como estátua do ridículo. Esquecera simplesmente de apitar o reinício da partida. Jogo feito, coluna do meio: errou tanto quanto acertou.
Mas, definitivamente, não causou a derrota corintiana. Nos lances decisivos, como no que resultou no pênalti desperdiçado por Magrão, ou na falta que resultou no primeiro gol do Goiás, agiu com acerto.
A verdade é que o Corinthians não anda jogando o suficiente desde a conquista do título paulista. Melhorou, sim, nesta segunda fase do Brasileirão. Mas não o bastante para merecer até agora a classificação.
Isso porque as soluções tentadas para suprir as ausências de Bernardo e Viola não deram certo. E mais: com as constantes contusões de Souza, que saiu de campo ainda no primeiro tempo, sábado, não há quem faça a ligação do meio-campo ao ataque com presteza e imaginação indispensáveis.
Quer dizer: até que há, se, por exemplo, Marcelinho fosse destacado para essa função. Mas Marcelinho, sábado, ficou de vigia do lado direito de sua defesa, já que Vítor tinha a tarefa de marcar João Paulo homem a homem.
Assim, embora no papel o Corinthians entrasse em campo com um meio-campo mais ofensivo, na prática, mal roçava a área inimiga. E foi por isso que perdeu. Só por isso.

Um drible seguido de milimétrico passe para o gol de seu time bastaram para fazer da estréia de Juninho um sucesso, sábado, na Inglaterra. Aliás, cá entre nós, pelo que se viu na TV, já é muito para o futebol inglês.

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