São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Palestina mãe de brasileira presa chora morte de Rabin

Líder palestino em SP condena extremismo de dois lados

KENNEDY ALENCAR
DA REPORTAGEM LOCAL

A palestina Fátima Hassan chorou a morte do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin.
Fátima é mãe da brasileira Lamia Hassan, 31, que cumpre pena de prisão perpétua em Israel por participação na morte de um soldado israelense em 1984.
"Fiquei tremendo quando meu marido falou que ele tinha morrido", disse, usando um lenço para enxugar as lágrimas ao falar com a Folha.
Fátima conta que seu marido, Maruf Hassan, anda o dia inteiro com um rádio sintonizado em emissoras estrangeiras, sempre na esperança de ouvir notícias sobre a filha.
"Estamos esperando a cada minuto, a cada hora uma notícia de Lamia", diz. Em visita ao Brasil no mês passado, o líder da OLP, Iasser Arafat, anunciou que Lamia seria libertada. Essa informação foi depois negada pelo governo israelense.
Anteontem, Maruf ouviu na rádio "Voz Árabe para a França" que o primeiro-ministro de Israel havia sido assassinado. Desde então, a família Hassan acompanha o noticiário internacional pela TV e rádio.
Fátima disse que a libertação de sua filha e a paz dependem de Shimon Peres: "Agora está tudo nas mãos dele".
A mãe de Lamia conta que sentiu muito a morte de Rabin porque ele deu início ao processo de paz entre palestinos e israelenses. A libertação de prisioneiros palestinos está ligada às negociações.
Naim Hassan, irmão de Lamia, disse que a morte de Rabin é "obra de um lunático, um louco". Para Naim, Shimon Peres conseguirá, junto com os moderados palestinos e judeus, estabelecer definitivamente a paz no Oriente Médio.
Palestinos
O presidente da Federação das Entidades Arábe-Palestino-Brasileiras, Hassan El Emleh, afirmou que Yitzhak Rabin "'deu sua vida por nós (palestinos) e pelos israelenses".
Ele disse considerar que o processo de paz seguirá com mais força: "Os extremistas dos dois lados colherão um resultado negativo com esse assassinato".

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