São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Arafat não vai ao enterro por 'razões políticas'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Iasser Arafat, líder da OLP, a Organização para a Libertação da Palestina, não vai comparecer ao enterro de Yitzhak Rabin, hoje, em Jerusalém.
Marwan Kanafani, porta-voz da organização, disse que Arafat não irá por "razões políticas e de segurança".
"A ida de Arafat implicaria preparativos muito complicados. A presença dele é necessária aqui em Gaza", disse Kanafani.
O porta-voz acrescentou que Arafat já havia enviado suas condolências à família do primeiro-ministro israelense.
A Autoridade Nacional Palestina, administração da OLP nos territórios autônomos devolvidos por Israel, decidiu ontem à noite enviar uma delegação oficial ao enterro de Rabin.
Arafat ainda não pôs os pés em Israel, mesmo depois que foram iniciadas as conversações de paz.
Um representante da OLP disse que ele temia que sua presença em Israel pudesse "complicar a situação" e provocar reações negativas na direita do país, contrária ao acordo de paz entre Israel e a OLP.
Um porta-voz do Exército israelense afirmou que seria interrompida a retirada de tropas da Cisjordânia durante uma semana, em sinal de luto pela morte de Rabin.
"Podemos entender o atraso para implementar partes do acordo (de paz) por alguns dias, particularmente após esse trágico evento, disse Nabil Abu Rudeinah, assessor próximo a Arafat.
Em 1994, Arafat, Rabin e o chanceler Shimon Peres, premiê interino de Israel, dividiram o Prêmio Nobel da Paz, devido ao acordo de paz que assegurou aos palestinos a devolução de territórios ocupados por Israel desde 1967.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina divulgou em Damasco (Síria) comunicado no qual avisa que "Arafat deve também receber o seu castigo em breve".
O grupo lamentou que Rabin "não tenha sido assassinado por mãos palestinas".

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