São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995
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Purgatório real

A avaliação do ministro Pedro Malan de que as vendas neste Natal podem ser até 5% inferiores às do ano passado são um reconhecimento de que a desaceleração da velocidade de crescimento foi significativa. De fato, as estatísticas do Ipea, órgão ligado ao Ministério do Planejamento, mostram que o desempenho da economia continua positivo, mas a intensidade do crescimento vem diminuindo.
O Produto Interno Bruto do primeiro trimestre deste ano foi 10,4% maior do que o do mesmo período do ano passado. Já entre março e junho, o Ipea mostra crescimento de 5,8% na comparação com o segundo trimestre de 94. No terceiro trimestre, por fim, o desempenho da economia foi só 0,2% melhor do que no ano anterior.
É inegável que a moderação na velocidade de expansão da atividade econômica foi elemento fundamental para que o país conseguisse controlar a inflação -reconheça-se, aliás, com bastante sucesso. E, evidentemente, não se pode afirmar que esteja ocorrendo um processo recessivo.
No ano de 1995 como um todo, a atividade econômica ainda é bastante superior à média de 1994. Aliás, as previsões de várias instituições financeiras e consultorias apontam para um crescimento da ordem de 4% neste ano.
Nem inferno, nem paraíso, em termos de crescimento, a economia brasileira parece atravessar uma espécie de purgatório.

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