São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995 |
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FHC diz que governo não discutirá reeleição
CLÓVIS ROSSI
Por isso mesmo, disse ontem que nem ele, pessoalmente, nem o governo como um todo vão comentar a questão. "Eu sou uma inibição, pelo sim ou pelo não, e o Congresso tem que saber o que é melhor para o sistema político brasileiro." As declarações foram dadas em entrevista coletiva concedida no meio da tarde de ontem, na embaixada brasileira em Buenos Aires, a sede do encontro de cúpula do G-15, grupo de 15 países em desenvolvimento do qual o Brasil é membro. Decisão do Congresso FHC acha que foi o próprio Congresso que se auto-impôs a discussão do tema. "O Congresso, ao tomar a decisão de reduzir o mandato para quatro anos e não fazer a reeleição, colocou diante de si mesmo uma questão que não deve ser colocada em termos de presidente", afirmou Fernando Henrique. Depois, emendou: "Eu não estou pensando nisso". Talvez o mais sincero fosse dizer que não está pensando nisso agora, pois o próprio presidente delineou depois, indiretamente, um cronograma de reformas que termina com a reforma política. "Acho que temos outros problemas que são mais urgentes, como as reformas. Ainda não encaminhamos até o final a reforma administrativa, a da Previdência, a dos impostos continua ainda em banho-maria e vamos ter que acelerá-la", começou. E terminou: "Preferiria até que essa matéria (a reeleição) fosse discutida pelo Congresso no conjunto de medidas sobre o sistema político, pois não é uma questão que se resolva isoladamente. Qual é o sistema político? Está funcionando bem? Está funcionando mal? É preciso modificá-lo?" Em todo o caso, FHC afirmou ter pedido ao ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que não tratasse do assunto, pedido desobedecido a julgar pelas atividades do ministro ontem mesmo em Brasília (leia reportagem à pág. 1-4). "Melhor para o Brasil" O presidente Fernando Henrique disse que teria opinado sobre reeleição se estivesse no Senado quando se discutiu, em 1994, a reforma constitucional, então limitada à redução do mandato para quatro anos. "Agora, acho que não é apropriado emitir opiniões sobre essa matéria. Eu não vou emitir. Não sou só eu, não. Eu não quero que o governo entre nessa discussão", afirmou. E devolveu a iniciativa aos parlamentares: "Ou o Congresso, se quiser, toma essa discussão em termos genéricos e pensa o que é melhor para o Brasil, ou não faz isso". LEIA MAIS sobre a viagem de FHC a Buenos Aires e a reunião de cúpula do G-15 à pág.. 1-7 e sobre reeleição às págs. 1-2 e 1-4 Texto Anterior: "Vou ficar mais gostoso" Próximo Texto: Para ACM, governo não é "hábil" Índice |
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