São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Polícia solta homem sequestrado há 75 dias

DA SUCURSAL DO RIO

Policiais da DAS (Divisão Anti-Sequestros) libertaram ontem do cativeiro, em Nova Iguaçu (a 15 km do Rio, na Baixada Fluminense), o empresário Nelson Perez, 64, sequestrado em 25 de agosto deste ano.
A ação ocorreu às 5h. O empresário estava sozinho em uma casa, preso em um quarto com porta e janela trancadas com cadeados.
A polícia chegou ao cativeiro a partir de informações fornecidas por quatro acusados de participar do sequestro. Os quatro estão presos. Eles seriam moradores da favela Nova Holanda, em Bonsucesso (zona norte do Rio).
A primeira prisão ocorreu anteontem à noite. Segundo a DAS, Edilberto José Soares, 31, foi preso quando telefonava para a família de Perez de um orelhão na avenida Lobo Júnior (zona norte). O telefone estava sendo vigiado.
Soares seria o negociador do sequestro. Ele disse não saber o local do cativeiro, mas levou a polícia a uma casa em São João de Meriti (cidade a 10 km do Rio, na Baixada), onde estavam mais três acusados: Mauro dos Santos, 30, Roberto Carlos Pereira Nogueira, 29, e Francisco Antônio de Souza, 51.
Pressionados, os três teriam dito onde Perez estava. Trinta homens da DAS foram até o endereço -rua Marli Barcelos, bairro da Viga, Nova Iguaçu.
A casa foi invadida pela DAS. Os policiais acreditam que um vigia da vítima conseguiu escapar pulando o muro. A mulher que acompanhava o vigia teria saído da casa antes de a polícia chegar, segundo Perez disse à polícia.
Perez chegou à DAS às 5h30 e saiu às 8h, após prestar depoimento. Ele é sócio e representante comercial da firma Tecmetal -fabricante de frigoríficos-, situada em São Cristóvão, na zona norte.
Segundo a DAS, a mesma quadrilha sequestrou a empresária Maria de Fátima, libertada no mesmo dia da captura de Perez. O cativeiro seria o mesmo.
Ao deixar a DAS, o empresário não deu entrevistas e fugiu de fotógrafos e cinegrafistas. O sobrinho Felipe Pena disse que o tio estava "muito nervoso, sem condições de falar".
Segundo o sobrinho, os sequestradores chegaram a ficar um período de 15 dias sem se comunicar com a família. Ele recomendou paciência às famílias dos outros sequestrados. Ontem, houve mais um sequestro no Rio.

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