São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Secretário vai investigar ação

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, José Afonso da Silva, afirmou ontem, durante entrevista na sede da secretaria, que vai apurar todos os fatos relativos à ação dos policiais no desfecho da tentativa de assalto a uma construção no Morumbi.
O secretário afirmou desconhecer o fato de que os reféns libertados teriam sido orientados por policiais militares sobre o que falar sobre o caso. "Isso vai ser apurado com rigor."
Segundo o secretário, se forem comprovadas irregularidades, os policiais serão afastados. Foram instaurados inquéritos civil e militar para apurar o caso.
Segundo o secretário-adjunto da Segurança Pública, Luiz Antônio Alves de Souza, são infundadas as informações de que policiais militares teriam orientado os reféns antes de eles serem encaminhados à delegacia.
"Por coincidência, há uma companhia da PM ao lado da delegacia. Os reféns foram ouvidos nas duas unidades, alternadamente, ao mesmo tempo", afirmou.
Segundo Souza, os policiais estavam armados com submetralhadoras, "o que tornaria quase impossível o disparo de um único tiro".
A Procuradoria Geral de Justiça do Estado acatou ontem à tarde pedido do secretário Silva solicitando a designação de um promotor para acompanhar as investigações.
A Comissão Teotônio Vilela envia amanhã ofício à Secretaria da Segurança Pública solicitando a abertura de inquérito policial para apurar se houve violação dos direitos humanos na ação.
"Queremos um acompanhamento rigoroso das responsabilidades pelas mortes", afirmou Sandra Carvalho, coordenadora-executiva da entidade, que é ligada ao Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo).
Segundo ela, será encaminhado um relatório do caso para a Procuradoria Geral da República.

Texto Anterior: PM leva reféns a batalhão antes de DP
Próximo Texto: Secretário chora morte de policial no Espírito Santo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.