São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Presidente da CBF critica calendário do Brasileiro-95

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, criticou ontem, em Buenos Aires, o período em que é realizado o Campeonato Brasileiro.
"A CBF é contra o Brasileiro de agosto a dezembro, como está sendo em 95 e será em 96", afirmou Teixeira.
"Os clubes fizeram a tabela, aprovaram o regulamento, venderam para a televisão e agora estão percebendo o fracasso", disse. "São muitos jogos seguidos, que não despertam interesse".
Segundo Teixeira, a CBF intervirá para mudar o calendário dos torneios no Brasil a partir de 97.
"Tenho conversado com o Fernando (Casal de Rey, presidente do São Paulo) sobre o assunto. A proposta da CBF é que o Brasileiro passe a ser feito, em 97, de setembro a fevereiro ou março."
Em anos de eliminatórias e Copa do Mundo, o Brasileiro seria um pouco mais reduzido.
"O que não tem cabimento é você ser obrigado a acabar o campeonato em dezembro, num período de férias, cheio de turistas."
A primeira medida que a CBF adotou foi nomear Gilberto Coelho, diretor técnico da entidade, representante dos clubes junto à Confederação Sul-Americana de Futebol.
"Ele vai participar da elaboração das tabelas da Libertadores, da Supercopa e da Conmebol, para evitar que coincidam com jogos do Brasileiro ou da seleção", disse o presidente da CBF. "Em 95, foram os clubes que participaram das reuniões".
No tocante à forma de disputa das eliminatórias sul-americanas, em que vão jogar todos contra todos, Teixeira dá razão a Daniel Passarella, técnico da Argentina, que acha que as melhores seleções serão prejudicadas.
"Como o Brasil (atual campeão do mundo) tem vaga garantida na Copa da França, a competição seria um fracasso financeiro. Então decidiram colocar todos contra todos", afirmou. "O problema será para países que têm muitos jogadores no exterior, como a Argentina. O time fica sem tempo mesmo para treinar."
Para 2002, ele espera que a Fifa, entidade que dirige o futebol mundial, volte a mudar a forma de disputa das eliminatórias, dividindo os países em grupos, com a classificação sendo definida em menos de dois meses.
Pelo jogo que a seleção faria ontem, o Brasil não recebeu nenhuma cota. "Com a Argentina, temos um esquema de reciprocidade", explicou. "Eles pagam nossas despesas e nós ficamos com o dinheiro pago pela TV brasileira".
A venda dos direitos de transmissão do jogo para a Argentina e países estrangeiros fica com os argentinos, que prometeram retribuir a visita dos brasileiros no ano que vem. A data do amistoso, no entanto, ainda não foi definida.

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