São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nova prisão reforça tese de complô

OTÁVIO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV

O líder do grupo Eyal (sigla de Organização Judaica Nacional, em hebraico), Avishai Raviv, 28, foi preso ontem e levado a um tribunal de Tel Aviv como suspeito no assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin.
Raviv é suspeito de conspiração para matar Rabin e de não impedir o assassinato.
Havia a informação -não confirmada pela polícia- de que outros dois membros do Eyal, Benny Aharoni e Dror Hadani, também foram presos.
O grupo se opõe ao processo de paz entre Israel e os palestinos e, apesar de pequeno, assumiu uma série de atentados no ano passado.
No sábado, dia do crime, o grupo teria reivindicado e depois negado envolvimento no assassinato, segundo a Rádio Israel.
Yigal Amir, 25, preso em flagrante, confessou à Justiça ter cometido o crime sozinho. Segundo amigos de Amir, ele fazia parte do grupo extremista.
Raviv disse que Amir tinha ligações com o grupo, mas que não era membro dele. O líder do Eyal também estuda na Universidade Bar-Ilan, em Tel Aviv, onde está a maior parte dos cerca de 25 membros do grupo. Ele negou envolvimento na morte do premiê.
Depois de preso, Raviv foi levado para depor diante de uma juíza. Enquanto era levado pela polícia, ele se disse um "preso político" e acusou o governo de Israel de implantar uma "ditadura".
O líder do Eyal estava escondido desde o atentado. Em entrevista por telefone durante seu esconderijo, Raviv disse que admirava Amir por ter matado Rabin.
Por ordem da juíza Edna Beckenstein, ele deverá ficar preso por mais uma semana. Ela disse ter encontrado evidência suficiente para suspeitar que Raviv conspirou para a morte de Yizhak Rabin.
Na corte, Raviv afirmou que Yigal Amir tinha feito "ameaças vagas" de matar Rabin, mas que ele nunca as tinha levado a sério.
O líder do Eyal é o terceiro preso envolvido na morte de Rabin. No domingo, o irmão de Yigal, Hagai, foi detido e admitiu ter produzido as balas usadas.
Ontem, uma falsa ameaça de bomba interrompeu por uma hora as atividades na Universidade Bar-Ilan. Um pessoa não-identificada disse em telefonema ter colocado uma bomba no campus. Nada foi encontrado.

Texto Anterior: Farc libertam 78 presos na Colômbia; Sudão mobiliza tropas contra rebeldes; "Dr. Morte" assiste 26º suicídio; A FRASE; Decreto islâmico admite transexual; McNamara encontra general Giap em Hanói; Aliado de Berlusconi é preso em Palermo; Conselho de Segurança tem novos membros
Próximo Texto: Falha derruba chefe da segurança do premiê
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.