São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Falha derruba chefe da segurança do premiê

OTÁVIO DIAS
DO ENVIADO ESPECIAL

O oficial diretamente responsável pela segurança de Israel Yitzhak Rabin pediu demissão ontem e outros dois agentes foram suspensos. Os nomes dos oficiais não foram divulgados pelo governo.
Os afastamentos são consequência de um relatório secreto do Shin Bet, o serviço de segurança israelense, sobre os erros que possibilitaram o assassinato do premiê.
Elaborado por três ex-chefes do Shin Bet, o relatório foi entregue anteontem ao premiê interino Shimon Peres. Ontem, o gabinete israelense decidiu estabelecer uma comissão de investigação.
Além das circunstâncias do atentado, a comissão deve avaliar o trabalho de coleta de informações realizado pela polícia israelense e por agentes do Shin Bet junto a extremistas de direita.
O relatório concluiu que houve falta de coordenação entre a polícia e os agentes do serviço de segurança na noite do assassinato.
Rabin foi atingido pelas costas por dois tiros, disparados a uma distância de cerca de 1,5 m.
Segundo o relatório, os guarda-costas do primeiro-ministro também mostraram falhas nos procedimentos de segurança.
Mais erros teriam sido cometidos pelos guarda-costas no espaço de tempo decorrido entre os tiros e a chegada de Rabin ao hospital Ichilov, a cerca de 500 m.
Segundo um trecho do relatório, publicado pelo jornal "The Jerusalem Post", um guarda-costas empurrou Rabin para dentro do carro. Enquanto o veículo arrancava em alta velocidade, o guarda-costas, também ferido, teria gritado: "Rápido, rápido, vá para Ichilov".
Sem saber exatamente o que acontecera, os seguranças que ficaram na praça não teriam avisado o hospital da chegada de Rabin.
O documento também critica o fato de o assassino, Yigal Amir, não ter tido seu porte de arma suspenso em situações anteriores, quando foi detido por se envolver em conflitos durante manifestações políticas.
(OD)

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