São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995
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Shell nega danos ambientais

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A empresa anglo-holandesa Shell negou ontem ser culpada de poluir o ambiente da Nigéria, como foi afirmado no julgamento dos oito ativistas de direitos humanos e do escritor Ken Saro-Wiwa executados na semana passada.
"As alegações são falsas", afirmou em comunicado a unidade nigeriana da empresa petrolífera.
A Shell suspendeu operações na região Ogoni (sudeste da Nigéria) em 1993, quando surgiu o Movimento para a Sobrevivência dos Povos Ogonis (Mosop), liderado por Saro-Wiwa, que pedia autodeterminação da região.
O Mosop também pediu compensações à Shell por danos que a exploração de petróleo desde 1954 teria causado à área. "Os fatos (...) foram muitas vezes distorcidos ou ignorados", diz o comunicado.
Ambientalistas do grupo Greenpeace criticaram a Shell por não tomar medidas duras após a condenação à morte de Saro-Wiwa, dizendo que o nome da empresa estava manchado de sangue.
Em seu comunicado, a Shell disse reconhecer que havia problemas ambientais na área produtora de petróleo do delta do rio Níger.
Mas citou estudo patrocinado pelo Banco Mundial que, embora afirme que as atividades petrolíferas tivessem contribuído para danificar o ambiente, aponta como fatores o crescimento populacional, a perda de florestas e a erosão.
A Shell lançou recentemente estudo ecológico do delta do Níger.
Mais de 60% dos derramamentos de óleo na região dos ogonis foram causados por sabotagem, disse a empresa. "Mais de US$ 42 milhões em equipamentos e usinas foram destruídos desde a retirada da Shell em 1993".
A Shell produz metade dos 2 milhões barris diários de petróleo bruto nigerianos. Na área dos ogonis, retira 28 mil barris diários.

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