São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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Câmara reúne 99, mas só 10 vão a sessão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A folga de dez dias dos deputados provocou críticas de parlamentares na sessão de ontem na Câmara. Às 14h, horário de abertura, 10 deputados estavam no plenário, mas 86 deputados haviam passado pela Câmara ou estavam em outros locais do Congresso.
Às 18h15, de acordo com informações da Secretaria da Mesa, 99 deputados haviam registrado presença na Casa. Para a abertura da sessão, são necessários 52 deputados presentes.
Como o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), liberou os deputados das votações nesta semana, a sessão se restringiu a debates e discursos. Não serão computadas as faltas dos deputados.
Em sessões dessa natureza, normalmente, não há pedido de contagem das presenças. Sem os 52 parlamentares no plenário, a sessão teria de ser encerrada.
"Não pedi verificação de quórum em solidariedade a esses operários do parlamento", afirmou o deputado José Genoino (PT-SP).
O deputado Domingos Leonelli (PSDB-BA) criticou a decisão de Luís Eduardo em conceder o feriado. "Transformar um feriado no meio da semana em férias parlamentares deforma o Parlamento. A decisão da Mesa não ajuda a imagem da Casa nem da democracia", afirmou Leonelli.
Com um calendário nas mãos, o deputado Agnaldo Timóteo (PPB-RJ) defendeu o feriadão.
"A imprensa tem sido impiedosa. Nas segundas e sextas, só há sessão para debates. O presidente Luís Eduardo só nos deu os dias 14 e 16. Essa foi a concessão. Dizer que estamos tendo dez dias de férias é demais", disse.
O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Roberto Magalhães (PFL-PE), realizou sessão mesmo sem quórum.
"Tratamos de questões que não precisavam ser votadas pelo plenário. Éramos sete deputados. Se tivesse o número regimental (26 membros) faria um estrago. Jogaria uns cem projetos para votar", disse Magalhães.

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