São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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Governo obtém dupla vitória

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso voltou a descumprir o seu regimento interno e não instalou ontem a comissão encarregada de examinar a MP das fusões. Os atrasos favorecem o governo, porque a medida está em vigor, mas não está oficialmente sob avaliação parlamentar.
Pela resolução nº 1 do Congresso, a comissão deveria ser instalada 48 horas após a publicação da MP no "Diário Oficial da União", o que aconteceu na segunda-feira da semana passada.
Os membros da comissão já estão todos indicados, mas os trabalhos só serão oficialmente iniciados no próximo dia 21, segundo o virtual relator da MP, deputado Benito Gama (PFL-BA).
Mais boas notícias para o governo: o candidato mais forte à presidência da comissão passou a ser o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), favorável à MP.
Foi desbancado o senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), que na semana passada chamou a MP de "falcatrua" e "pouca vergonha". Miranda, que está na Ucrânia, era, até as 16h de ontem, confirmado como presidente pelo líder do PMDB, Jader Barbalho (PA).
Duas horas depois, porém, Barbalho telefonou a Suassuna comunicando que "o partido não esperará a volta de Miranda". Suassuna agora só concorre com o indicado pelo PMDB na Câmara, deputado Gonzaga Motta (CE).
Segundo acordo entre PMDB e PFL, os maiores partidos do Congresso, quando o presidente de uma comissão é indicado pelo Senado, a Câmara faz o relator. Daí Barbalho não abrir mão de indicar o presidente da comissão.
A Folha apurou que as críticas de Miranda à MP provocaram sua substituição -o mesmo motivo que levou o senador Vilson Kleinubing (PFL-SC) a perder a relatoria para Benito Gama.
A comissão terá composição amplamente governista. Dos 14 membros titulares, apenas três -os senadores Roberto Freire (PPS-PE) e Ademir Andrade (PSB-PA) e o deputado Milton Temer (PT-RJ)- são da oposição.

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