São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995
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Sem-terra presos são comparados a Zumbi em ato promovido pela CUT

DA FOLHA VALE

A "Missa dos Quilombos", celebrada ontem na Basílica de Aparecida (170 km a nordeste de SP), transformou-se em uma manifestação pró-reforma agrária.
O evento, acompanhado por cerca de 20 mil pessoas, marcou o fim da "Jornada Zumbi pela Vida" -uma caminhada entre São Paulo e Aparecida convocada pela CUT para celebrar os 300 anos da morte do líder negro Zumbi.
Os sem-terra Diolinda Alves de Souza e Márcio Barreto, presos há três semanas no Pontal do Paranapanema, foram lembrados por políticos e pelo padre celebrante da missa, Ronival Benedito dos Reis.
Reis afirmou, durante a homilia -trecho da missa em que o sacerdote faz o sermão-, que "Zumbi lutou pela vida assim como os sem-terra que foram presos, mas isso não matou o seu sonho".
Políticos e religiosos que acompanharam a missa, como o ex-presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva e o frei Carlos Alberto Libâneo Christo, o frei Betto, disseram que a referência aos sem-terra foi um dos aspectos mais importantes da celebração.
Lula disse que considera a prisão de Diolinda e Barreto "um descalabro jurídico".
"O presidente Fernando Henrique Cardoso pode chegar ao final do seu primeiro ano de mandato com o pesado fardo de duas prisões políticas", afirmou.
Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a violência contra os sem-terra "lembra o aniquilamento do Quilombo de Palmares".

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sobre Zumbi à pág. 3-4

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