São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995 |
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Assalto na Biscayne Boulevard
BRUNO BLECHER
Confesso que me diverti, embora tenha me recusado a vestir as orelhas do Mickey. Para quem passou oito dias gostosos em Orlando, o duro foi chegar a Miami. A decepção começou logo na porta do hotel Marina Park, em Bayside. Parei o carro e esperei o maleiro me ajudar com a bagagem. Ele se recusou, com alegação bem barnabé: "Meu horário acabou. Espere o outro rapaz." Na recepção, outro contratempo. O check-in começa às 15h, embora o check-out seja, religiosamente, às 12h. Mas a grande surpresa aconteceu no dia seguinte. Domingo de sol, 9h30, resolvemos passear pela Biscayne Boulevard. Caminhamos uns 200 metros, quando passou por nós um carro velho com quatro gajos mal-encarados dentro. Não deu outra. Na esquina seguinte, lá estava o carro, parado, nos esperando. Foi uma cena patética. Dois marmanjos desceram e um deles puxou a bolsa da minha mulher. Ela se agarrou à bolsa, enquanto o sujeito puxava a bolsa de um lado e eu de outro. O mal venceu. O sujeito pegou a bolsa e entrou no carro, que saiu em disparada. Por sorte, passaportes, passagens e dinheiro estavam no cofre do hotel. Os assaltantes ganharam uma Nikon, uns R$ 20 e alguns documentos. Para quem pretende passar as férias na Flórida, um conselho: não vá a Miami; aproveite todos os dias em Orlando. Além das atrações do Sea World, MGM, Disneylândia, você pode fazer todas as suas compras lá e até gastar menos. Tem mais: em matéria de simpatia e respeito ao turista, Orlando dá de dez a zero. Texto Anterior: Cidade une povos e culturas Próximo Texto: Culto à 'intermediária' divina lota a cidade Índice |
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