São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995
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Viajante compra remo para encarar a maré alta

DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

Numa espécie de mercearia sem placa que atende às necessidades dos habitantes da cidade, tomamos guaraná gelado. O nome de marca do refrigerante, indicando frio, é Antarctica, em lugar de Ártica, que sem dúvida teria sido escolhido no Hemisfério Norte.
Nesse estabelecimento despretensioso, nosso filho Revell encontrou um facão legítimo, do tipo usado para desbravar a selva, por apenas US$ 2,50, e eu, por US$ 15, comprei um remo de canoa indígena, de 1,80 m de comprimento, com lâmina curva e esculpida.
"Como você vai enfiar isso na mala?, me perguntou a família.
"Depois a gente pensa nisso, respondi apontando para a maré alta que abria caminho pela rua onde estávamos fazendo nossas compras.
"Eu me sinto mais seguro nessa rua tendo um remo na mão! Só que nesse exato momento acho que também estamos precisando de uma canoa.
Estávamos observando um dos melhores exemplos da engenharia civil antiga em ação. As ruas de Parati são desenhadas de tal maneira que a maré alta as lava, deixando-as sempre limpinhas, sem inundar nenhuma das casas.
Olhamos os paralelepípedos irregulares e os batentes altos das portas com nova apreciação. Mas preferimos voltar à parte alta da cidade o quanto antes.
Meu lugar predileto para tomar um drinque refrescante após um passeio a pé foi o bar e restaurante Beira-Rio, na rua Beira-Rio -ou Josefina, dependendo de qual mapa da cidade você olha-, que dá para a ponte sobre o rio Perequê-Açu.
A temperatura na varanda azulejada do restaurante, ao lado do rio, é sempre inferior ao da rua em pelo menos 5oC. E normalmente se tem o prazer de uma brisa do mar.

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