São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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Equipe acha possível vacina contra o câncer

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pesquisadores podem estar mais perto de uma vacina contra o câncer, sugere estudo que será publicado amanhã na revista médica britânica "The Lancet".
Cientistas noruegueses do Instituto de Pesquisas para o Câncer criaram uma pequena proteína sintética, chamada peptídeo, e a modificaram de forma que se alojasse no tumor dos pacientes.
Uma das características do câncer é o fato de as células do sistema de defesa não reconhecer as células cancerígenas.
Apesar de as células do tumor serem diferentes das normais -se multiplicam incontrolavelmente-, o sistema de defesa não reconhece as células como estranhas.
Segundo a equipe, as células tumorais são modificadas, e se pesquisadores puderem "acertar qual a modificação (mutação), encontrarão a cura para o câncer.
Para que houvesse o reconhecimento pelo organismo, os pesquisadores recolheram algumas células brancas dos pacientes, conhecidas como leucócitos, e as "encheram com a proteína.
O peptídeo, chamado ras, continha 17 aminoácidos, os "tijolos básicos que formam uma proteína. Depois reinjetaram as células nos pacientes.
A proteína ras se combinou com uma versão modificada da mesma proteína encontrada no tumor dos pacientes.
Com isso, esperavam que o sistema de defesa do organismo passasse a atacar as células tumorais.
Os cinco pacientes testados tinham câncer de pâncreas.
Segundo os pesquisadores, embora todos os pacientes tenham morrido, pois estavam em estado terminal, dois deles mostraram resposta ao tratamento.
Em comentário na mesma revista, os pesquisadores disseram que esse é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma vacina. Segundo eles, próximo passo é testar a "vacina" em pacientes com tipos menos graves de câncer.

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