São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995 |
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Falta dólar e comercial aumenta 0,29%
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Com o feriado de ontem nos EUA (que equivale a perder um dia de juros no mercado interbancário), a oferta de dólares caiu. Na tela dos computadores, o mercado percebeu que estava "furado". Foi o que bastou para que, na parte da tarde, as cotações subissem. Pela manhã, o dólar andou colado no "piso" da minibanda, sendo vendido a R$ 0,9642. O BC não atuou. Apenas anunciou a ampliação do prazo dos ACCs (Adiantamentos de Contrato de Câmbio) de alguns produtos (como aços planos e celulose) para 180 dias -o que provocou uma ligeira queda das cotações do dólar no mercado futuro. Enquanto faltava dólar no mercado comercial, ele existia em excesso no flutuante. Duas instituições cariocas trouxeram para o país, avalia o mercado, cerca de US$ 50 milhões. O BC continua ameaçando com fiscalização (dele própria, da Receita, da Previdência e do Trabalho) quem usa (usava) as brechas legais (a conta de não-residente) para escapar do imposto na entrada de dólares. Apesar disso, especulava o mercado, as instituições cariocas trouxeram os recursos sem pagar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 7%. O ingresso -grande o suficiente para o tamanho do flutuante- empurrou as cotações para baixo. Até ontem, o flutuante tinha ágio de 0,4% sobre o comercial. O ágio acabou. Virou deságio. Enquanto o mercado de juros ajustava as previsões de taxas para dezembro e janeiro (reduzindo o tamanho da queda prevista para o início de 1996), a Bolsa se comportou como o dólar comercial: com dois tempos de jogo. No primeiro, que prevaleceu durante a parte da manhã e início da tarde, o mercado caiu e o volume negociado era ridículo. Depois, na última hora de pregão, puxada pelas teles, as cotações reagiram e o volume negociado aumentou. A Bovespa fechou com alta de 2,07% e o volume negociado foi de R$ 138,354 milhões -apenas a metade do registrado na véspera, com forte presença de estrangeiros. Texto Anterior: Bancos menores têm mais risco do que os grandes, diz consultor Próximo Texto: Empresas já se defendem dos bancos Índice |
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