São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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MAM resgata memória do cinema brasileiro

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Mostra: Cem anos de cinema - cem filmes nacionais
Quando: até 3/12
Local: Museu de Arte Moderna, av. Infante Dom Henrique, 85, aterro do Flamengo. Tel. 021/210-2188
Horário: terça a domingo, de 12h às 18h
Ingressos: R$ 2,00. Entrada franca para os filmes infantis, com sessões às 18h30

Vídeos, fotos, figurinos, cartazes e artes plásticas homenageiam a memória do cinema nacional na exposição "Cem anos de cinema - cem filmes nacionais", em cartaz no MAM (Museu de Arte Moderna).
Catorze artistas plásticos criaram doze telas específicas sobre filmes como "O Bandido da Luz Vermelha", de Rogério Sganzerla, e duas instalações a partir do tema geral cinema.
O resultado inclui desde homenagens estilizadas, como a moqueca de siri mole no quadro de Ana Durães sobre "Dona Flor e Seus Dois Maridos, até alegorias sintéticas dos filmes, reconhecíveis pelo espectador ao primeiro olhar.
O pintor Sante Scaldaferri põe deus e o diabo na tela para relembrar o filme de Glauber Rocha, e Antônio Maia cita nominalmente "Ganga Bruta", de Humberto Mauro, em sua composição.
A cinemateca do MAM, que está completando 40 anos de existência, abriu seu baú de preciosidades e expõe cem cartazes e quatrocentas fotos de filmes nacionais.
Em ordem cronológica, a partir de "A Filha do Advogado" (1926), de Jota Soares, até "Cinema de Lágrimas" (1995), de Nélson Pereira dos Santos, os cartazes fazem um panorama da produção nacional.
Vinte fotos foram ampliadas sem cortes e transformaram-se em painéis de 2,50m x 1,80m. Três telões vão exibir cenas do documentário de Roberto Feith sobre o cinema nacional, exibido na Rede Manchete.
Produtores cinematográficos cederam para a exposição os figurinos de filmes. Há desde a capa de José Wilker em "Bye Bye Brasil" até o vestido de noiva usado por Christiane Torloni em "Beijo no Asfalto".
"Quis fazer corredores de várias imagens, juntando desde fotos até o final da exposição com os telões mostrando o próprio cinema, para conseguir um efeito de catarse, como o que um filme provoca", disse o designer da exposição, o artista plástico Luiz Stein.
A exposição fica em cartaz até o dia 3 de dezembro. No mesmo período, a cinemateca exibirá também, com entrada franca, uma seleção de filmes nacionais para o público infantil.
Os títulos variam desde filmes de Oscarito e Grande Otelo, que poucas crianças viram, até o sofrível "Super Xuxa Contra o Baixo Astral".
Na terça-feira da semana que vem, começa também no MAM uma mostra de curtas de David Griffith, com um seminário sobre o cinema narrativo.

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