São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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Empoçamento

Os dados divulgados ontem pelo Banco Central confirmam uma tese que já há alguns meses vem sendo discutida entre os economistas brasileiros, a tese do "empoçamento".
De um lado, aperto de crédito, um sistema complexo e sufocante de recolhimentos compulsórios sobre os recursos dos bancos, juros elevados, repressão ao consumo e, recentemente, problemas de liquidez e patrimoniais em bancos de porte médio, como era o Nacional.
De outro, o registro pelo BC de que o volume de dinheiro em circulação na economia teve em outubro o maior crescimento deste ano, de 8,3%. Isso no conceito de média diária. Pelo critério da comparação dos últimos dias úteis de cada mês, a expansão foi ainda maior: 14,1%.
Vários motivos explicam esse aumento, da entrada de dólares às operações de socorro a bancos em dificuldades. A imagem do "empoçamento" tenta conciliar os dois fatos: mais dinheiro em circulação, de um lado, arrocho de crédito e bancos em dificuldades, de outro.
Ou seja, a quantidade de dinheiro cresce, mas se distribui de modo desigual. Resta esperar que essas poças não sejam abissais.

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