São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Líder é tido como o 'Golbery dos sem-terra'
GEORGE ALONSO
Nascido em Lagoa Vermelha, Stedile é filho de imigrantes italianos que se fixaram no Rio Grande do Sul como pequenos agricultores, ao estilo do filme "O Quatrilho", em cartaz em São Paulo. Desbocado nos palanques, evita as luzes da mídia e costuma dizer que só é mais um dos 15 integrantes da direção nacional do MST. O MST não tem presidente, mas certamente Stedile é uma espécie de "Golbery dos sem-terra", expressão que obviamente rejeita. O general Golbery do Couto e Silva (1911-1987) foi ideólogo do regime militar de 1964 e formulador da doutrina de segurança como garantia de desenvolvimento. Stedile, claro, era oposição nessa época. Ainda é. Só que agora ataca o que qualifica de modelo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso. É simpatizante do PT. Apesar da origem humilde, formou-se em economia na PUC-RS e fez pós-graduação no México. Ali, se envolveu ainda mais com a questão agrária, participando do acampamento de Encruzilhada Natalino, o embrião do MST (que surgiu em congresso em 85). Stedile é autor dos livros "A Luta pela Terra" (Scritta), "Assentamentos: A Resposta Econômica da Reforma Agrária" (Vozes) e "A Questão Agrária Hoje" (UFRS), que tem artigo de Francisco Graziano, presidente do Incra, com crítica às teses ortodoxas da esquerda sobre reforma agrária. Casado há 20 anos, Stedile mora em São Paulo desde 1986, em casa alugada em Perdizes (zona oeste). Não tem carro e os quatro filhos estudam em escola pública. A mulher, Joselita de Almeida, 44, é socióloga. A renda familiar é de R$ 1.300, "sujeita a altos e baixos". Ele contribui com R$ 700 ao mês. A família não tem mais terra no Sul. Texto Anterior: Para MST, Graziano é aliado dos sem-terra Próximo Texto: Universal dobra posse de TVs e vira 3ª rede Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |